“Essa semana é crucial para a finalização do nosso projeto. Se não formos produtivos nesses dias, não iremos conseguir finalizar dentro do prazo.”
Se você trabalha com projetos, provavelmente já passou por uma situação similar. Os prazos sempre nos assombram e o budget de investimento nos imobiliza. Claro que existem situações que sim, esses dois parâmetros são os mais importantes na gestão de um projeto. Mas será que sempre é assim?
Vamos colocar a situação em uma empresa onde o resultado do seu projeto é um novo sistema para os funcionários usarem internamente. O seu público-alvo ou “clientes” são os próprios colaboradores dessa empresa. São eles que usarão o sistema e que precisam se sentir satisfeitos com a solução proposta. Seu chefe chega e joga em sua mesa o cronograma do projeto. O documento até estrala quando bate na mesa de tão pesado que é. Lá estão especificados todas as atividades a serem executadas, equipe envolvida e… prazo e orçamento.
Seu chefe deixa claro que o prazo é imprescindível e não irá ter nenhum centavo à mais no orçamento.
Pronto. A bomba relógio foi ativada.
Gestão de projetos tradicional
Agora vamos refletir um pouco sobre essa situação. Será mesmo que o mais importante a ser cumprido é o prazo e o orçamento? Não estou dizendo que eles devem ser desrespeitados de qualquer maneira, mas me diga qual é a métrica que identifica se um projeto é de sucesso ou um completo fracasso? Para mim, um projeto que não desperta nenhum interesse do público-alvo é um fracasso abissal. Por outro lado, podemos dizer que um projeto que engaja e satisfaz as pessoas para quem ele foi desenvolvido me parece ser um sucesso estrondoso. Então, será mesmo que devemos idolatrar o prazo e orçamento cumpridos? Será que não faz mais sentido atrasar o projeto uns 15 dias e garantir que estamos desenvolvendo a coisa certa?
Gestão de projetos voltada ao cliente
Pois então. No exemplo que estávamos construindo, você poderia convidar os funcionários da empresa para testar um protótipo mínimo viável. De acordo com os resultados do teste, podemos tomar a decisão de mudar completamente o projeto, manter firme na linha previamente identificada ou algo entre essas duas abordagens extremas. O importante é que passamos a valorizar mais a métrica de que o projeto está desempenhando seu papel como uma solução para as pessoas. E não somente se ele foi desenvolvido exatamente da forma e no tempo em que foi inicialmente projetado.
Se extrapolarmos essa análise para uma situação de empreendedorismo, essa maneira de encarar seus projetos pode ser ainda mais importante. Existem muitas situação internas nas empresas, como politicagem ou metas mal estabelecidas que obrigam seus funcionários a trabalharem de forma não produtiva. Mas quando o resultado impacta diretamente no seu negócio, não faz muito sentido você idolatrar o parâmetro de prazo ou orçamento.
“Ah Davi, mas eu tenho um orçamento apertado e não existe a possibilidade de gastar mais”.
Calma jovem, vem comigo.
Se você tem R$10.000,00 para iniciar seu empreendimento, que tal projetar algo bem mais simples, rápido e, consequentemente, imperfeito para testar seu público-alvo gastando apenas R$2.500,00? Dessa forma, você pode planejar melhor como gastar os outros R$7.500,00 de acordo com o feedback recebido dos primeiros clientes/usuários.
Conclusões
É extremamente importante incorporarmos a cultura do teste durante o desenvolvimento de qualquer produto ou serviço. Quem define de verdade o sucesso de um projeto são as pessoas que irão usufruir dos seus resultados, e não qualquer métrica burra inventada pela nossa cabeça oca.
O método da startup enxuta consiste em construir-medir-aprender. Essa abordagem não é exclusiva apenas para empresas de base tecnológica. Você pode (e deve!) aplicar no seu empreendimento independente da área que seja.
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Abraaaaaço.
Todo o conteúdo que você leu aqui (ou parte dele) teve algum grau de inspiração no livro A Startup Enxute de Eric Ries.
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